terça-feira, 30 de outubro de 2012

Então

... a ver se durmo um pouco que daqui a umas horas vou ali e já venho.

H as in Happy

No domingo tive uma epifania. Ia a correr à beira-rio de noite (ah, a mudança da hora) e com uma lua cheia fantástica que iluminava o Tejo inteiro todo, enquanto ouvia isto:




E de repente aquela frase que se diz por aí fez tanto sentido: somos felizes não quando alcançamos o que desejamos mas quando desejamos o que temos. E de facto, sem prejuízo de tudo aquilo que ainda quero e sei que alcançarei, percebi que tenho tanto.

As semanas são passadas a fazer o que me apaixona num lugar que adoro com gente fantástica. E os fins-de-semana têm sido cada vez melhores...


(os meninos pelo Ribatejo #1)


(os meninos pelo Ribatejo #2)


(os meninos pelo Ribatejo #3)


(os meninos pelo Ribatejo #4)

(os meninos pelo Ribatejo #5... ou a descoberta da maior coleção de caixas de fósforos da Europa)



(os meninos pelo Ribatejo #6)


(os meninos pelo Ribatejo #7)

(pela Quinta da Regaleira com a futura afilhada, em noite de jantar e teatro)

Nos últimos tempos houve um fim-de-semana a dois pelo Ribatejo profundo, um jantar seguido de teatro na Quinta da Regaleira com a minha futura afilhada de casamento, e neste último sábado um final de tarde soberbo a saborear um Tinto num local com uma vista única e na companhia de pessoas apaixonantes, com quem jantei a seguir e depois dançámos pela noite adentro no Roterdão. No domingo o almoço reuniu a família toda e à tarde houve caminhada com os papás ao sol perto de Belém.

É. De facto eu desejo muito o que tenho.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Quando trazemos o mundo em vez de fotografias

Ontem estive a arrumar umas fotos de São Paulo e dei por mim a recordar-me de um jantar com uns amigos paulistas num restaurante onde fui convidado pela minha amiga de Curitiba... Eles foram incansáveis e acho que aquela estadia foram os únicos 7 dias seguidos de 2012 em que jantei em restaurantes fantásticos (e estupidamente caros, é um facto, mas como nunca paguei a conta acaba por ser tudo muito lindo).

Este ano, em termos de viagens, tem tido uma constante que adoro: viajar por minha conta e risco e contar com a ajuda de habitantes locais para conhecer melhor o destino (sim, sou avesso a agências de viagens)... foi assim em Bilbao, onde contámos com o Diretor da B., que foi um porreiraço e nos recomendou spots que tinham tanto de recôndito como de fantástico, pelo que dificilmente conseguiríamos lá ir no âmbito de um pacote turístico. Depois, em NY, o M. foi incansável a levar-nos a restaurantes, bares e discotecas do momento, e a recomendar-nos o que de melhor a Big Apple tem para oferecer (e se ele sabe...). E agora em São Paulo, creio que esta cidade apenas superou de forma estrondosa todas e quaisquer expetativas porque quando não fui orientado pelos colegas de lá, tinha a B. e os seus amigos a levarem-me ao que de melhor a cidade tem para oferecer.



(Mahayana Buddha - o maior Buda de NY, num templo recôndito em Chinatown)


(o "Txacoli de Atxala", um restaurante no alto das montanhas com uma vista soberba sobre Bilbao... lá dentro, o ambiente é o de um chalé, todo em pedra e madeira, com lareiras e muito bom vinho - Bilbao)


E esta é uma regra de ouro: ir e conhecer. Nada de ir para tirar a bela da foto e já está. É para conhecer MESMO, da forma mais próxima que conhece quem lá vive. Conhecer o que não é turístico, a fé, o dia-a-dia, as preocupações políticas e económicas, as tendências artísticas locais com menor projeção internacional...

Desde que me lembro que tem sido assim (o facto de ter um Pai cuja profissão é viajar abriu-me muito estes horizontes)... Recentemente, o maior exemplo disto foi o projeto da Viagem que sempre quis fazer: a Índia. Em 2009 agarrei numa mochila, no Lonely Planet, num bilhete de avião de ida e volta e no G., e fomos atravessar aquele subcontinente de comboio durante um mês sem qualquer reserva ou apoio de operadores turísticos (era tudo decidido no dia em que chegávamos a cada cidade). O resultado foi o esperado: a viagem de uma vida (e a certeza tão grande, quase visceral, de que lá tenho que voltar). E é por isso que me custa ouvir aquelas pessoas que foram uns dias ver o Taj Mahal e Jaipur falar de um país daqueles como se isso, por si só, fosse suficiente.



(não há agência que pague a possibilidade de viajar nas mesmas carruagens que os locais, comer com eles, beber com eles, dormir com eles - no bom sentido, claro... - Índia)

Por outro lado, também tenho tido experiências contrárias que me demonstram que de facto agências não é comigo... Quando em 2010 fui ao Quénia e Tanzânia, fi-lo por agências (sim, venderam-me a história do "ah e tal é muito perigoso e assustador e eles matam e tudo e tudo e com as agências não há imprevistos")... Pois. Graças à agência ficámos sem a mala que continha a maior parte da roupa para aí quase todo o tempo que estivemos no Quénia (sim, é uma coisa fantástica andar a fazer safaris o dia todo, suar como burros e ter uns 3 pares de cuecas e 2 t-shirts para gerir)... para além disso nem sequer vi a quinta da Karen Blixen (diz que não estava no pacote). E mais f&dido fiquei quando, meses mais tarde, conheço um rapaz num jantar que me disse que foi para o Quénia com o irmão sem qualquer pacote turístico, fizeram tudo o que eu tinha feito e ainda conseguiram ver a quinta da outra. Claro que ninguém me tira as cores, os cheiros e o céu de África... mas podia ter sido tão mais enriquecedor.



(as leoas de Mara Simba - Quénia)


Já em 2011, quando a I. me arrastou numa caravana de TT por Marrocos adentro a verdade é que levei um murro no estômago... o percurso não era turístico, tinha sido feito por malta das competições que queria era ir ao interior profundo do país e de preferências pelos trilhos mais arriscados. Eu estava à espera de trazer um feedback semelhante ao da malta que vai uma semana para Saidia, Marrakech ou Casablanca e trouxe algo bem diferente... uma noção de imensidão solene que só aquele deserto consegue transmitir, associada à segurança de conseguir superar-me a mim mesmo (sim, dormir num tapete com aranhas e escaravelhos numa tenda algures no deserto em plena tempestade de areia foi um teste... diferente).



(numa tempestade de areia em pleno deserto - Marrocos)


Viajar é isto. E estou muito feliz por 2012 me ter mantido neste rumo.

(all photos by Backpacker)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Enquanto resistir ao Alzheimer

... e tiver a capacidade de me recordar das coisas nunca mais tenho como imagem de perfil uma foto a comer um gelado.



E não, não era um Calipo: estamos a falar de um simples Magnum de Amêndoa (será que a rapaziada também manda aquele tipo de comentários para o ar quando vê a menina dos anúncios a dizer que é muito bom comer Magnum no Inverno?)...

Porcos.


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os cocós, fluxos de caixa e demonstrações de resultados

"Você já conhece suficientemente o mundo para saber que uma das formas de os adultos tomarem nota de números é apontando-os numa tabela, por exemplo - como no futebol ou no golfe, ou quando a mãe e o pai anotam quem foi o último a limpar os cocós do cão no quintal."

Não. Isto não é o excerto de um livro que estou a ler para um sobrinho antes de o adormecer. Isto é o que ando a ler para ver se consigo perceber alguma coisa das aulas de Contabilidade.

A verdade é que diz que o Mestrado tem uma p#ta de uma cadeira de Contabilidade cujas aulas me fazem sentir que isto que tenho entre as orelhas não é mais do que um vasto espaço amplo e vazio, por onde sopram inúmeras correntes de ar...

A sério, quem é que se lembrou desta coisa demoníaca dos balanços e dos fluxos de caixa??? E de inventar disparates como um gasto não ser o mesmo que passivo??? E depois, diz que tenho à minha frente a última Coca-Cola no deserto em matéria de Contabilidade... a questão é que o facto de o Senhor ser o Supra-Sumo-Gestão-e-das-Contas não o ajuda muito em termos de método pedagógico e ele fala, fala, fala e eu... eu não percebo um c%r#lho.

No entanto, no outro dia uma Colega a quem desabafei a minha total ausência de conhecimento dos mais básicos conceitos desta Cadeira que não é outra coisa que não seja obra do Demo, recomendou-me uma leitura, digamos, mais elementar, que supostamente ajuda casos mais desesperados (sim, criaturas contabilisticamente acéfalas como eu): "O Jogo da Contabilidade"!

Pois é: e é isto que leio agora antes de me deitar... um lindo livro verdinho com bonecos que explica a Contabilidade a partir da história de um menino que tem uma banca de limonadas. E se bem me conheço quando acabar a história vou pensar que já estou apto a fazer um exame para ROC, se for preciso!

Sim, que eu sou o homem que tem uma direção espanhola e que aprendeu a comunicar com eles graças ao "Espanhol para Totós." Que apesar de não falar do número de cocós que cada um apanha também é muito bom.  

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Estava em dívida com o Coelho

Que aqui há tempos tinha lançado umas perguntas para uns quantos bloggers responderem... aqui vai a minha (tardia) participação:

1 - Qual a tua cor favorita?

Azul. Azul no mar, azul no céu, azul nas camisas, azul nas cuecas na noite da passagem de ano. Azul, sempre.

2 - Qual a tua viagem de sonho?

A minha viagem de sonho é andar um mês a atravessar a Índia de comboio só com uma mochila às costas. Ah, espera... essa já fiz em 2009. Bem, está na altura de começar a cozinhar outra "viagem de sonho".

3 - Partillha algo engraçado sobre ti.

Adoro ouvir conversas alheias ou ler mensagens que as pessoas escrevem no telemóvel em locais públicos. E assistir a discussões na rua. É... sou um cusco nato.

4 - Qual a música mais especial para ti? Porquê?

"Dream", dos Cranberries... Porque "my life is changing every day in every posible way"

5 - Se tivesses uma Máquina do Tempo, onde gostava de ir? Porquê?

Adorava ir ao dia em que nasci, o dia mais quente (literalmente) daquele ano, porque sempre quis assistir ao nascimento de uma pessoa fantástica. Se não pudesse ser, então ir ao nascimento do Menino Jesus seria a minha segunda opção.

6 - Qual a tua maior qualidade?

Ter uma força interior desmesurada.

7- Qual o teu maior defeito?

Perder o entusiasmo com facilidade.
8 - Se pudesses mudar algo na tua vida, o que mudavas?

Tinha acertado na chave do Euromilhões na primeira vez que joguei.

9 - Encontras a lamparina mágica e dela sai um génio que te concede um desejo. O que pedirias?

Saúdinha.

10 - Qual a maior loucura que fizeste até hoje por amor?

Já fiz algumas. Mas nenhuma de que me apeteça falar aqui seus cuscos.

11 - Dá um título para o livro que é a história da tua vida.

"Eu não quero parar", obviamente.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A evolução da espécie

Como se não tivesse uma vida já bastante ocupada achei que era uma excelente ideia meter-me num mestrado.

Lá combinei com a Pepper, matriculámo-nos e inscrevemo-nos nas mesmas cadeiras para ficarmos na mesma turma, ainda que com especializações diferentes.

Eu e a Pepper conhecemo-nos no 10º ano: fizemos juntos o secundário e inscrevemo-nos no mesmo curso e na mesma faculdade. Estávamos juntos quando soubemos que tínhamos entrado para a primeira opção e foi juntos que fizemos a nossa matrícula.

Fizemos juntos a licenciatura e fomos juntos inscrevermo-nos na Ordem, onde frequentámos o mesmo curso de estágio.

Como se isto não bastasse, o grau de amadurecimento de ambos é idêntico, senão vejamos: na faculdade tínhamos o hábito de escrever no caderno um do outro quantos minutos faltavam para as aulas acabar ou comentários a gozar com colegas ou professores...

... ora, no outro dia, estava eu a organizar os apontamentos da primeira aula do mestrado quando reparo nos seguintes rabiscos ao cimo da primeira folha:

"fui completamente ignorado" (BP)

"não suporto esta gaja" (Pepper)*

Confesso que não consegui evitar um sorriso, ao pensar que é precisamente o mesmo tipo de escritos que encontro nos cadernos do 10º ano, quando tínhamos 15 anos.

Ah, ter 31 anos e perceber que continuamos os mesmos anormaizinhos.




* a Pepper é uma menina adorável, lol!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A magia tem um som

Começou a tocar eram 21h15. Parou às 23h00, mas apenas para dizer que ia para intervalo, pelo que ainda tínhamos a segunda parte do espetáculo pela frente.

Eram 01h15 da manhã quando terminou. O dia seguinte era segunda-feira: tinha uma reunião do Conselho de Administração às 9h00 e um julgamento às 14h00, que teria que acabar de preparar algures a meio da manhã, mas nada disso importou.

Estava encantado. E acho que ainda estou.

"But You’ll be hearing from me Baby
Long after I’m gone
I’ll be speaking to you sweetly
From a window in the Tower Of Song"



domingo, 7 de outubro de 2012

3 dias em 2 bilhetes




E pelo meio uma sessão de Cinema e outra de Teatro :)

5 de Outubro

Para mim o 5 de Outubro não é mais um dia para estar de papo para o ar. E isso explica-se mais ou menos assim: não sou súbdito. Sou cidadão. E sei que este país não precisa de uma figura paternalista pseudo-orientadora-unificadora-glamourosa: este país precisa é de fraternidade, seriedade e empenho como ferramentas suficientes para o nosso desenvolvimento. Para além disso, gosto de saber que a Lei Fundamental do meu País não outorga emprego vitalício a uma família específica. Hoje bem podem bradar os saudosistas dos reis e das rainhas e das viscondessas e das capas e das coroas e das altezas, que a verdade é que, entre tormentas e ameaças, a República ainda aqui está. E isso enche-me o coração de esperança.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

How the mighty have fallen

Se eu tinha dúvidas de que o mal que as pessoas fazem às outras lhes é trazido todo de volta, ontem ficaram esclarecidas.

Caramba, o Universo não brinca mesmo e alguém está por aí a aprender isso da pior maneira. Mesmo.


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Looney toons

Esta semana é das mais curtinhas, e só por isso até se começa com mais facilidade. No entanto, houve algo que suavizou o impacto de segunda-feira: o fim-de-semana que ficou para trás...

SEXTA-FEIRA

No início de 2011 fiz um curso que me permitiu conhecer pessoas muito especiais. Desde então nunca mais nos largámos e temos jantares de dois em dois meses. O último foi na semana passada com direito a uns hamburgueres divinos. Mas não foram eles a estreia do jantar.



A meio do jantar a M. levantou-se foi lá fora fumar um cigarro. Quando voltou esbarrou numa cadeira e, ao contrário do que pensei, não estava alcoolizada: tinha desmaiado. A partir daí foi o disparate completo (nunca, mas nunca mesmo, queiram ter um problema de saúde ao pé deste pessoal): desde gritar no meio do restaurante coisas como "NÃO NOS DEIXES QUE AINDA NÃO PAGASTE A CONTA!", ou "FALA CONNOSCO, DIZ QUALQUER COISA: O TEU NOME! O PIN DO MULTIBANCO!", ou alguém dizer para chamarem uma ambulância e o L. marcar o 911... enfim, houve de tudo. As outras pessoas que estavam no restaurante não sabiam se rir ou entrar em pânico. Terminado o jantar o que é que resolvemos fazer? Ir para o 30º aniversário de uma amiga da N. que ninguém conhecia de lado nenhum, pois claro... Um lindo grupinho de doidos penetras, é o que nós somos.

SÁBADO

Fomos (eu e os amigos mais especiais de sempre) andar de canoa pelo Mondego: há uns tempos tinha falado nisso à rapaziada e lá contactei uma agência para organizar uma tarde de canoagem rio abaixo. Éramos 12 e a mim calhou-me um parceiro bastante hábil com a pagaia, o que facilitou a minha estreia nestas lides. O cenário é encantador e, de facto, como referia o promotor, descer o Mondego ao final da tarde é encantador: o sol do entardecer reflectido no rio, uma ou outra garça a voar à nossa passagem, a serenidade... Quer dizer, isto da serenidade é uma mera suposição porque a verdade é que não houve muita.



Tudo começou com umas salpicadelas de água uns contra os outros. Em breve as salpicadelas transforamaram-se em pazadas de água pela tromba abaixo do pessoal, e por fim, quais verdadeiros idiotas, estávamos todos a virar as canoas uns dos outros, pelo que acabou tudo dentro de água. Claro que terminámos o dia verdadeiramente exaustos (o facto de nos termos comportado como uns animaizinhos deve ter ajudado)... no entanto, ainda estávamos com energia para ir à procura do "Rui dos Leitões" e lá nos banqueteámos (devorámos?) com um belo leitão.

Consideração adicional: "Yes Sir, I can boogie" é uma excelente banda sonora para este tipo de eventos.

DOMINGO

30 anos do E. Ora, o E. é o ex-namorado mais especial de sempre e uma pessoa que tenho a sorte de continuar a ter na minha vida, como um grande amigo. Deu uma festa no terraço dele, que tem uma vista assim-para-o-brutal e que permitiu uma tarde fantástica. Ele continua doido como sempre, o que é bom, porque a vida é tão doida que só a conseguimos levar com muita doideira.


(photo by Backpacker, do terraço do E)


Vou apenas alertar-vos para o facto de haverem por aí pessoas que conseguem fazer do tópico "vocês-acreditam-que-eu-não-sabia-de-uma-caneta-que-me-deram-no-outro-dia-numa-promoção-e-que-só-a-encontrei-ao-fim-de-uma-semana" um assunto para 2 horas? Pois. Medo. E depois as pessoas admiram-se que haja tanta gente a alcoolizar-se em festas. Tenho que falar seriamente com o E: convidar este tipo de gente para eventos num terraço de 7 andares é algo que potencia o suicídio em massas.

E é isto: adoro os lunáticos da minha vida.